segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dossiê amor

Quem acompanha meu blog, talvez tenha percebido um pouco que as postagens publicadas teem saído do padrão do que escrevo. Dessa vez, nada sobre massagem, ou coisa parecida. Mas falando um pouco de AMOR, o mesmo que move meu trabalho. Expressei o meu amor pelos meus amigos e agora queria fazer um convite à reflexão sobre o tal amor que promete a sensação de calma, segurança, que no começo se chama paixão e que em demasia pode se transformar em vício , mas que é transitivo.




                                               Amar, verbo em transição

" O amor é poderoso. Mesmo quando não estamos sob seu jugo nos mobilizamos para reencontrá-lo. Mas a que preço? Vale a pena tanta expectativa? O romantismo é a melhor receita? Chegou a hora de se surpreender com a capacidade  humana de inventar e reiventar esse sentimento."




Eu li em algum lugar que, se Shakespeare, em sua peça, não tivesse dado o trágico fim para Romeu e Julieta, a história seria completamente diferente. Sem final feliz ! Foi um texto definitivo sobre um amor sem limites. Para nós, ocidentais, principalmente para nós, mulheres ocidentais, o que conhecemos por " Final Feliz" se resume  ao amor, segurança, fidelidade total, a monogamia e, segundo a historiadora carioca Mary Del Priore, também queremos as vertingens da liberdade total. Queremos tudo isso, mas será que nos doamos de fato? Conquistamos a condição da autonomia, promovemos grandes revoluções como a queima do sutiã, o uso do anticoncepcional e com muita sabedoria, ocupamos nossos lugares no mercado de trabalho, sem falar da produção independente! Mas ainda assim, quando o assunto é AMOR, voltamos à 60 anos e ansiamos pelo modedo tradicional de uma família feliz.


Desordem amorosa


Segundo a autora, escritora do livro A história do amorn o Brasil, nosso percurso vem se dando de uma forma rápida e cheia de informações sem tempo para serem "digeridas" com isso, veem os conflitos internos como, ser ou não ser individualista, promovendo a perda do equilíbrio emocional, tendo em vista a falta de doação e consequentemente uma culpa, decepção, vazio porque a relação conjugal não deu certo.




Quebrando o encanto


Segundo Flávio Gikovate, autor do livro Uma história do Amor...Com final Feliz, os apelos dos filmes românticos, novelas, contos de cinderela que faz com que acreditemos no final feliz. (...) " No século em que vivemos a fusão de duas almas ainda é vista como um portal de acesso ao sub e, por isso mesmo, protegido por uma redoma sagrada" Inquestionada podendo soar como heresia. Mas para o psiquiatra, esse sentimento nasce como um passe de mágica, se perpetuando com altas doses de fantasia, além das grandes exigências e cobranças. (...) "Por isso os estudiosos da psique humana não cansam em nos aletar


Na paixão, não enxergamos o outo como ele é, apenas aquilo que queremos ver. Em geral, a soma de nossas próprias qualidades. Resultado: não nos apaixonamos pelo outro, já que nem sequer o percebemos, mas por nós mesmos.



                                                   Daí vem a expressão
     " não há espelho melhor do que os olhos do ser amado"

Como vivemos em fase de transição, por mais que estejamos apegados ao perfeito do romantismo, buscamos, ao mesmo tempo, uma relação estável, mas com liberdade. A psicanalista e sexóloga carioca Regina Navarro acredita que o amor romântico começa a dar sinais de que está saindo de cena, levando com ele tudo aquilo que o sustenta como as expectativas, idealizações e dependência para dar espaço a um novo tipo de amor, remodelado, cujo centro das atenções somos nós mesmos e não mais o outro.


" Cada vez mais pessoas acreditam que o poeta Vinícius de Morais está desatualizado e garantem que é possível, sim, ser feliz sozinho"



Refletindo sobre o que o a autora diz, a parceria amorosa não precisa ser extinta. Ao contrário, pode existir, mas não como condição de dependência, de um remédio para curar a dor, e sim um autoconhecimento para um crescimento pessoal e consequentimente, um crescimento interpessoal. Estar pronto (a ) para descobrir o lado bom da solidão, sem estar sozinho (a). Estar pronto quando estiver solteiro (a) sem sofrimento, entendo que apenas a relação não seguiu um percuso evolutivo porque não oferecia mais condição para isso. O importante é sentir-se bem em qualquer situação.






Namastê!

Tatiane Carvalho




Fonte : Bons Fluidos / junho 2009


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